Mensagem Aos Amigos


A música é uma flor que se abre aos poucos, que deixa seu perfume pelo ar e contagia todos ao seu redor. Uma pessoa que tem a música dentro do coração, que realmente entende o poder da música dentro de nós, sente os momentos da vida com mais intensidade e energia, cada momento tem uma banda sonora e o coração dela VIBRA a cada pequeno momento!
Amigos, tenham a música dentro do coração, sintam essa vibração!
Este blog é actualizado 6 dias por semana!

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sábado, 3 de março de 2012

Um pouquinho da Lena

Em 1996, eu era uma garota um pouco revoltada. Eu trabalhava como comissária de bordo em uma empresa brasileira, que neste mesmo ano havia expandido seus serviços para todo o território nacional. Era quase final de ano e havíamos perdido em um acidente aéreo alguns colegas de trabalho, eles não faziam parte constantemente da minha vida, eu sequer tinha contato com eles, talvez os tenha visto entre uma e outra viagem, mas particularmente eu estava chocada e a fim de desistir da minha profissão. Medo eu não tinha de morrer, mas aquele acidente me abalou profundamente.
Eu falava inglês e espanhol fluentemente, por isso, ainda naquele mesmo ano, recebi uma proposta para trabalhar em uma empresa aérea do exterior.
Antes de continuar, gostaria de falar um pouco ao meu respeito. Eu fui uma criança e adolescente normal, com todos os problemas da idade. Meu pai faleceu quando eu tinha quatorze anos e minha mãe começou a trabalhar para sustentar, eu e Bia a minha irmã mais nova, na época com dois anos de idade. Enquanto minha mãe trabalhava no turno da tarde, eu a ajudava na casa e cuidava de Bia e estudava pela manhã. Terminei o fundamental e o segundo grau com muito esforço. Logo depois que terminei o segundo grau, minha mãe resolveu que eu deveria fazer um curso profissionalizante e me inscreveu numa escola para profissionais de aviação, dando o ponta-pé inicial e realizando um dos meus maiores sonhos: Ser uma aeromoça!
Apesar de estar realizando o sonho da minha vida, eu não era feliz, sentia um vazio enorme dentro do meu peito, achava que tudo era muito difícil para mim e para a minha família, resumindo eu vivia revoltada com a vida, algo que não era muito comum, a uma adolescente, criada sob a orientação da Doutrina Espírita.
Até o recebimento da proposta, minha vida e minha opinião sobre as dificuldades, continuaram as mesmas e aceitei ir trabalhar no exterior, mais por espírito de aventura, do que por convicção. Achei que longe, eu poderia ser mais feliz, um pensamento egoísta, pois pensei mais em mim do que em minha mãe e em minha irmã. Por outro lado, eu sabia que financeiramente eu poderia as ajudar de maneira bem melhor.
Embarquei num avião para a Inglaterra e depois fui para a Índia, trabalhar em uma subsidiária e indo morar em um hotel, onde permaneci dois anos e assim inicia a minha mudança de pensamento a respeito da vida.
Inicialmente achei o país medíocre, a cidade imunda e as pessoas muito estranhas. No hotel eu tinha tudo, ar condicionado, boa comida e tudo para garantir o meu conforto, mas bastava colocar o pé para fora, a miséria era gritante (ainda é), sujeira pelas calçadas, pessoas sujas pedindo esmola e amontoadas nas soleiras dos prédios.
Notei, que diferente do Brasil, quando um pobre ganha um pedaço de pão, corre para se esconder e comê-lo sozinho, eles, por mais diminuta que fosse a fatia, dividiam e ela passava de mão em mão e em cada uma das mãos, ficava uma pequena pedaço. Eles dividiam as suas misérias e cada um procurava minimizar a miséria do outro, nada mais, nada menos do que repartir o pão!
O que me chamou a atenção era as crianças, pequenas, raquíticas e mal nutridas. Cada vez que saía ou chegava ao hotel, não podia deixar de olhar para elas. A maioria das vezes, eu apenas sorria e seguia o meu caminho. Certo tempo depois, eu comecei a comprar pão e trazer comigo, cada vez que passava por elas, eu estendia a sacola de papel e uma ou outra criança corria para pegá-la, qualquer uma delas me retribuía com um sorriso e eu fazia o mesmo.
Um dia, antes de sair do hotel, comprei alguns doces e balas, colocando junto aos pães e como costumeiramente, ao pisar na calçada estendi o braço e uma menina veio correndo em minha direção. Ela parou, antes de segurar a sacola, sorriu e me disse, no seu idioma, o qual eu já entendia um pouco:
- Moça, você sabe que eu sou muito feliz!
Surpresa, eu perguntei por quê? Achando que a resposta seria sobre as doações que eu fazia para eles, mas não:
- Por que eu posso ver o teu sorriso!
Ela pegou a sacola, se afastou e foi ao encontro dos outros. Eu fiquei para e com a boca aberta, fui pega de surpresa.
Naquele dia passei o dia inteiro com aquelas palavras na cabeça e elas foram o ponto de partida para uma nova Lena:
- Como eu posso ser infeliz, tendo tudo o que eu tenho e apenas o meu sorriso pode fazer uma criança feliz!
Daquele dia em diante a minha vida mudou, o vazio que eu sentia aos poucos se desfez, a amargura ficou mais doce e a revolta dentro de mim começou a se amenizar! A Leninha morreu e a Lena nasceu.
Algum tempo depois, voltei ao Brasil, para resgatar a minha vida novamente, junto a tudo que tinha deixado devido a minha revolta, para rever meus valores e a minha família e, somente depois, mais amadurecida e sabendo realmente o que eu queria da minha vida, voltei para o exterior, fui morar na Espanha, voltei novamente e algum tempo depois fui morar na Inglaterra. Mas, mesmo com a distância de casa, nunca mais senti a solidão!

Texto originalmente publicado no Blog Choramingos e Chorumelas de Deka em 12/07/2011.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O Valor de um Sorriso

Esta é uma história que sempre procuro contar, apesar de ser uma experiência minha, ela contém valores que são capazes de fazer qualquer pessoa pensar. Já o contei em outras páginas e blogs, talvez alguém já a conheça, O texto não tem nada de especial, mas o que aconteceu é um divisor de águas, a margem entre a Lena antes e a Lena depois. Espero que gostem e que possam ver nele algum significado.

O VALOR DE UM SORRISO!
por Lena Lopez



Em 1996, eu era uma garota um pouco revoltada. Eu trabalhava como comissária de bordo (aeromoça no Brasil ou hospedeira do ar em Portugal, como queiram) em uma empresa aérea brasileira, que neste mesmo ano havia expandido seus serviços para todo o território nacional. Era quase final de ano e havíamos perdido em um acidente aéreo (até então o maior em território brasileiro) alguns colegas de trabalho, eles não faziam parte constantemente da minha vida, eu sequer tinha contato com eles, talvez os tenha visto entre uma e outra viagem, mas particularmente eu estava chocada e muito a fim de desistir da minha profissão. Eu não tinha, nunca tive, medo de morrer, mas aquele acidente me abalou profundamente. Ainda naquele mesmo ano, recebi uma proposta para trabalhar em uma empresa aérea do exterior.
Mas, antes de continuar, gostaria de falar um pouco a respeito de mim. Eu fui uma criança e uma adolescente normal, com todos os problemas da idade. Meu pai faleceu quando eu tinha quatorze anos e minha mãe começou a trabalhar para sustentar, eu e Bia a minha irmã mais nova, na época com dois anos de idade. Enquanto minha mãe trabalhava no turno da tarde, eu a ajudava na casa, cuidava de Bia e estudava pela manhã. Terminei o ensino fundamental e o segundo grau (nivel médio) com muito esforço. Logo em seguida, minha mãe resolveu que eu deveria fazer um curso profissionalizante e me inscreveu numa escola para profissionais de aviação, dando o ponta-pé inicial e realizando um dos meus maiores sonhos: Ser uma aeromoça!
Apesar de estar realizando o sonho da minha vida, eu não era feliz, sentia um vazio enorme dentro do meu peito, achava que tudo era muito difícil para mim e para a minha família, resumindo, eu vivia revoltada com a vida, algo que não era muito comum, a uma adolescente, criada sob a orientação da Doutrina Espírita.
Até o recebimento da proposta, minha vida e minha opinião sobre as dificuldades, continuaram as mesmas e aceitei ir trabalhar no exterior, mais por espírito de aventura, do que por convicção. Achei que longe, eu poderia ser mais feliz, um pensamento egoísta, pois pensei mais em mim do que em minha mãe e em minha irmã. Por outro lado, eu sabia que financeiramente eu poderia ajudá-las de maneira bem melhor.
Embarquei num avião para a Inglaterra e depois fui para a Índia, trabalhar em uma subsidiária da empresa que havia me contratado, indo morar em um hotel, onde residi por dois anos e assim, inicia-sa a minha mudança de pensamento, a respeito da vida.
Inicialmente achei o país medíocre, a cidade imunda e as pessoas muito estranhas. No hotel eu tinha tudo, ar condicionado, boa comida e tudo para garantir o meu conforto, mas bastava colocar o pé para fora, a miséria era gritante (ainda é), lixo pelas calçadas, pessoas sujas pedindo esmola e amontoadas nas soleiras dos prédios. O clima seco e o calor de 40° no verão longo, contribuíam para que ficasse insuportável.
Notei, que diferente do Brasil, quando um pobre ganha um pedaço de pão, corre para se esconder e comê-lo sozinho, eles, por mais diminuta que fosse a fatia, dividiam e ela passava de mão em mão e em cada uma das mãos, ficava uma pequena porção. Eles dividiam as suas misérias e cada um procurava minimizar a miséria do outro, nada mais, nada menos do que repartir o pão!
O que me chamou a atenção era as crianças, pequenas, raquíticas e mal nutridas. Cada vez que saía ou chegava ao hotel, não podia deixar de olhar para elas. A maioria das vezes, eu apenas sorria e seguia o meu caminho. Certo tempo depois, eu comecei a comprar pão e trazer comigo, cada vez que passava por elas, eu estendia a sacola de papel e uma ou outra criança corria para pegá-la, qualquer uma delas me retribuía com um sorriso e eu fazia o mesmo.
Um dia, na noite anterior, comprei alguns doces e balas, colocando junto aos pães e como costumeiramente pela manhã,ao pisar na calçada estendi o braço e uma menina veio correndo em minha direção. Ela parou, antes de segurar a sacola, sorriu e me disse, no seu idioma, o qual eu já entendia um pouco:
- Moça, sabe que eu sou muito feliz!
Surpresa, eu perguntei por quê? Achei que a resposta seria por causas das doações que eu fazia para eles, mas não:
- Por que eu posso ver o teu sorriso!
Ela pegou a sacola, se afastou e foi ao encontro dos outros. Eu fiquei parada e com a boca aberta, fui pega de surpresa.
Naquele dia passei o dia inteiro com aquelas palavras na cabeça e elas foram o ponto de partida para uma nova Lena:
- Como eu posso ser tão infeliz, se eu tenho tudo o que preciso e apenas o meu sorriso pode fazer uma criança feliz!
Esse foi o estalo que me faltava para mudar a minha vida, o vazio que eu sentia aos poucos se desfez, a amargura ficou mais doce e a revolta dentro de mim começou a se amenizar! A Leninha morreu e a Lena nasceu.
Algum tempo depois, voltei ao Brasil, para resgatar a minha vida novamente, junto a tudo que tinha deixado para trás, para rever meus valores e a minha família e, somente depois, mais amadurecida e sabendo realmente o que eu queria da minha vida, voltei para o exterior, fui morar na Espanha, voltei e algum tempo depois na Inglaterra. Mas, mesmo distante de casa, nunca mais senti a aquele vazio no coração!
Hoje, aquela menina é uma mulher, aprendeu falar português e inglês e mantemos contato até hoje. Não consegui fazer muito por ela, o sistema de castas é intolerante e incompreensível para nós, mas enquanto estive por lá pude ensiná-la, conforme o pouco que eu sabia, ao mesmo tempo que ela me ensinou a ter paciência e ser feliz. Creio que o melhor que deixamos uma para a outra, foi a nossa amizade!


terça-feira, 10 de maio de 2011

Uma edificante lição de vida


O rádio da vovó!

A carta abaixo foi enviada ao diretor de uma escola primária,  o qual havia oferecido um almoço em homenagem às pessoas idosas da comunidade.
Durante o almoço, uma das senhoras convidadas, de idade avançada,  ganhou um rádio num sorteio realizado com os cupons que foram entregues na porta.
Ela escreveu uma carta emocionada em agradecimento aos promotores do evento.
Este relato é uma homenagem a toda a humanidade e serve para  refletirmos sobre as relações humanas.

Eis a carta:

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